Tempestade adiada...
Jaqueline
Talles falava com aquele velho tom de sempre, cheio de soberba. Eu não conseguia mais me controlar. Por dentro, sentia a raiva fervilhando e um nojo crescente, mas mantive o olhar cravado nele, esperando que ele simplesmente calasse.
– Não posso negar que você está ainda mais linda do que eu me lembrava… Mas… Continuou ele, com aquele olhar que mesclava arrogância e malícia.
Talles deu meio passo à frente, e eu imediatamente dei um passo para trás.
– Você é de uma família pobre, Jaqueline. E não tem grife no mundo que consiga mudar isso.
Foi como acender um fósforo num galão de gasolina. Meu sangue ferveu e minha mão voou com força contra o rosto dele. O som do tapa ecoou seco pelo terraço, cortando o ar. Minha mão ardeu mas sei que o rosto dele deve ter ardido ainda mais. Talles levou a mão no local do tapa, surpreso. Passou a mão no rosto e seu olhar ferveu na minha direção, fez um impulso de vir até mim, mas recuou imediatamente.
– O que está acontecendo aqui, Jaqueline?