Suspeitas...
Alexandre
Desde o momento em que coloquei os pés na galeria, senti um incômodo roçar a minha pele como um aviso silencioso. Logo de cara não gostei da forma que o Andrei olhava para a Jaqueline. Um olhar que demorou segundos demais, carregado de um interesse que ia além da simples formalidade empresarial. A forma como ele segurou a sua mão me desagradou.
Meus olhos se estreitaram num reflexo involuntário. O desconforto subia no meu peito. Aquela expressão do Varnier, eu conhecia muito bem. Era insistente, de quem via uma oportunidade e queria tomá-la para si. Andrei me recebeu com entusiasmo, mas mal terminou os cumprimentos e já empurrou a filha para o centro da apresentação. Vitória, uma jovem bonita, claramente instruída para impressionar, mas empolgada demais, falante demais. Não parava um segundo.
– Alexandre, venha, quero te mostrar minhas telas preferidas… Dizia Vitória, já me puxando pelo braço antes mesmo que eu pudesse me desvencilhar das mãos dela.
Me arrastava entre as ob