Quem vai me impedir?...
Gustavo
Lívia parou diante de mim, o corpo tão próximo que o perfume dela me envolveu por inteiro. Não recuou, não pediu licença, apenas ergueu o queixo, os olhos verdes faiscando como lâminas. Disse com frieza:
– Saí da minha frente, Gustavo.
Apoiei minha mão na parede ao lado, bloqueando a passagem dela. Eu sentia meu coração martelando no peito, a respiração pesada. Ela me encarava como se soubesse exatamente o efeito que tinha sobre mim naquele momento e usava como arma.
– Você acha que vai sair assim? Gesticulei em direção ao seu corpo. – Vestida desse jeito, na minha casa?
Um argumento ridículo, eu sei, afinal de contas ela não devia satisfações a mim. Mas sempre provocativa, ela arqueou uma sobrancelha, um sorriso debochado surgiu nos lábios perfeitamente pintados.
– A casa também é do seu pai e eu me visto como quiser.
Seu tom de desafio me fez estreitar os olhos. Me inclinei, deixando meu rosto a poucos centímetros do dela.
– Você adora me provocar, não é?
– Provocar? Ela riu.