Pamela
Eu já nem sabia mais quanto tempo tinha passado desde que o sol tinha nascido. A sensação era de que o mundo estava fora do lugar. A casa estava cheia de policiais, seguranças, detetives andando de um lado pro outro, falando baixo, anotando coisas, perguntando outras. E eu ali no meio, como uma boneca quebrada que alguém esqueceu no canto.
Minha cabeça estava quente, minhas mãos frias e meu coração pulava no peito como se estivesse tentando sair. Vitória ficava perto de mim o tempo todo, e o Nicolas sempre vinha conferir se eu precisava de alguma coisa, mas nenhuma palavra deixava menos dolorido o que eu estava sentindo.
E foi aí, no meio daquele caos, que o telefone da sala tocou.
Eu gelei.
Todo mundo parou.
O delegado levantou a mão, mandando todos ficarem em silêncio.
Meu corpo inteiro começou a tremer. Foi como se eu soubesse, antes mesmo de atender, que aquela ligação não era qualquer ligação.
Vitória segurou minha mão. Eu estava com tanto medo que quase não consegui levan