Pamela

Eu ainda tava com a cabeça meio zonza do susto quando sentei no banquinho duro do hospital. A enfermeira tinha acabado de levar o Caleb pra fazer mais um exame, e eu fiquei lá, abraçando meus próprios braços, tentando não pirar. Ele tinha levado uma pancada forte, e por mais que tentassem me acalmar, meu coração tava batendo tipo bateria de escola de samba.

Respirei fundo, puxei o celular e disquei o número da casa. Dona Vitória atendeu do jeitinho calmo dela, como se nada no mundo tirasse aquela mulher do centro.

— Oi, minha filha. Tá tudo bem? — ela perguntou, com aquela voz que parece abraço de vó.

— Mais ou menos… — falei, tentando não deixar minha voz tremer. — Dona Vitória, o Caleb… ele teve uma concussão.

Ouvi ela soltar um "meu Deus" baixinho.

— Como assim, menina? O que aconteceu com o meu menino?— A vitoria e o Bernardo não estavam em casa quando tudo aconteceu, acho que iriam passar o dia fora.

Passei a mão no rosto, tentando organizar a bagunça na minha cabeça.

— E