James seguiu o dia como quem caminha por um chão de vidro. Cada passo exigia mais cuidado do que o anterior. Sentou-se à mesa do escritório, revisou relatórios, atendeu a reuniões, trocou e-mails. Mas, no fundo, tudo era automático. Uma coreografia ensaiada para fingir normalidade.
O celular permanecia ao lado do teclado, a tela sempre voltada para cima, como se em algum momento fosse vibrar e trazer a notícia que ele tanto queria. Olhava para ele como se o telefone fosse uma ponte entre o mundo em que ele estava e o mundo em que Sophie habitava — e que, há dias, ele não conseguia alcançar.
Nunca desejou tanto receber uma ligação de Liam quanto agora. Ironicamente, porque sempre detestou aquelas chamadas. Liam era o tipo que aparecia para pedir coisas, delegar tarefas, desmarcar compromissos de última hora. Antes de Sophie, Liam era uma tempestade constante: noites exageradas, decisões impulsivas, e um talento impressionante para não medir consequências.
Mas ele mudou. James v