Narrado por Mariana
O sol ainda nem havia surgido quando abri os olhos, sentindo a ardência sutil nas costelas. O lençol estava bagunçado, meu corpo nu sob ele, e a brisa que entrava pela janela me lembrava da madrugada passada. Levei a mão até a lateral do quadril e fechei os olhos por um segundo. Era ali que doía mais.
Levantei devagar, caminhando até o espelho do banheiro. E lá estavam: marcas roxas, vermelhidões espalhadas, pequenos hematomas como assinaturas da noite anterior. O espelho devolveu meu reflexo com sinceridade cruel. Meu pescoço, a parte interna das coxas, os punhos... Ele não economizava intensidade.
Toquei um dos hematomas com a ponta dos dedos. O corpo reclamou, mas a minha mente… a minha mente se incendiou. Como era possível que aquilo doesse tanto e ao mesmo tempo me lembrasse de tanto prazer?
Suspirei fundo, apoiando as mãos na pia. O Rei me consumia. Não havia outra forma de dizer. Ele era como um incêndio dentro de mim. Não deixava espaço pra nada alé