Narrado por Rei
O moleque mal tinha fechado a porta e eu já tava com a respiração pesada. A minha mente dava voltas indo até horas atrás, quando por pouco eu não perdi o Juízo e acabei com o pingo de felicidade que faz a minha existência melhor. Me virei devagar pra Bruna, que agora fingia estar distraída com o celular. Mas ela sabia. Sabia que tinha ido longe demais.
— Só não te destruí aquela hora porque meu filho tava aqui — falei, sem elevar a voz, mas com a firmeza de quem não repete. — E porque a Mariana tava do lado. Mas cê sabe, né? Isso aqui… isso tem limite. E você passou dele.
Ela me encarou, meio sem graça, tentando manter a pose, mas não durou nem cinco segundos.
— Foi só uma piada, Rei… relaxa.
— Não, Bruna. Não foi piada. Foi desrespeito. Foi provocação. Foi veneno. E eu engoli. Pela última vez.
Dei um passo à frente, encurtando o espaço entre a gente. Ela deu um passo pra trás, quase tropeçou no tapete.
— Escuta bem: daqui pra frente, quando eu quiser ver meu fi