Narrado pelo Rei
O sol nem tinha nascido ainda quando bateram na minha porta com urgência. Acordei com a sensação de que algo não estava certo. Depois da noite com a Mariana, do corpo dela gemendo debaixo do meu, pensei que ia ter um pouco de paz. Ledo engano. A guerra não dorme, muito menos quando se trata de proteger o que é meu.
— Rei, tem um vapor que não voltou da entrega. Dizem que tavam esperando ele na viela, e sumiu. — o gerente da boca falava com os olhos arregalados.
— Quem? — perguntei, com a voz grave e seca.
— O Guto, o novo. Tava indo com o carregamento leve, só um pacote, mas sumiu. Uns disseram que viram um carro preto parado, com os vidros fumê...
A informação não me desceu. O Guto não era burro. Não ia vacilar. Isso tinha dedo de gente de fora. E a primeira coisa que veio na minha cabeça foi o bilhete que a Mariana recebeu. O maldito bilhete.
— "Eu volto. Mas volto pra te buscar. E não vai demorar."
Língua do Alemão. Aquele filho da puta tava me testando. Mexer com