Lucy caminhava pelo corredor, a mente girando. E se eu nunca estiver pronta? O diário, trancado em sua gaveta, parecia a chave para todas as respostas, mas também para verdades que ela temia. E se meu pai for o motivo de me odiarem? O colar de meia-lua pulsava, quente, como se a instigasse a abrir o diário. Antes que pudesse decidir, esbarrou no Dr. John, o psicólogo de sua mãe.
— Oi — disse ele, com um sorriso gentil.
— Oi — respondeu Lucy, hesitando. Algo nele parecia estranho, como se soubesse mais do que dizia.
— Vai ao quarto da sua mãe? — perguntou ela, tentando desviar.
— Não — disse ele, bloqueando-a suavemente. — Ouvi os cochichos pela casa. Lamento pelo que passou na cidade.
— Não ligo — mentiu Lucy, dando de ombros, o colar pulsando levemente.
— Não minta — insistiu ele, os olhos acinzentados fixos nos dela. — A mudança, tudo isso... sei que te incomoda.
— Se querem me tratar assim, tudo bem — retrucou ela, seca. — Deve ser inveja.
— Não tá tudo bem — disse ele, firme. — Vo