Lucy acordou com o sol fraco entrando pelas cortinas, o calor do corpo de Mary ao seu lado trazendo um conforto que ela não sentia há anos. O colar de meia-lua estava quente contra sua pele, como se ainda reverberasse a visão da noite anterior. A imagem de Amara, envolta em chamas azuis, não saía de sua mente. Quem era ela? E por que parecia tão real?
Mary se mexeu, os olhos cor de mel abrindo lentamente. Ela sorriu, mas havia uma sombra de preocupação em seu rosto.
— Dormiu bem? — perguntou, a voz rouca.
— Mais ou menos — respondeu Lucy, hesitante. Não queria contar sobre Amara, não ainda. — E você?
— Melhor do que em muito tempo — disse Mary, tocando o rosto da filha. — Vou tentar, Lucy. Prometo.
Lucy quis acreditar, mas a promessa soava frágil, como todas as outras. Ela se levantou, o colar pulsando levemente, e pegou o diário dourado da cabeceira. O cadeado parecia zombar dela, intocado. Talvez Amara saiba como abrir, pensou, o coração disparado com a ideia.
— Vou descer pra tomar