Leydi Dayane
Acordar cedo já é, por si só, uma agressão. Acordar cedo para começar no emprego novo, sendo mãe solo e dona de um caos ambulante? Agressão com direito a combo, brinde e parcelamento em 12 vezes.
O despertador tocou às seis e meia, e eu, num reflexo automático, acertei um tapa no coitado. Na mesma hora, ouvi o grito da vida real vindo do quarto ao lado:
— Mamãe, o sol já acordou, por que a gente não?!
Ah, Gamora… A única pessoa na face da Terra capaz de achar isso uma coisa boa.
Levantei-me no modo zumbi, praguejando mentalmente contra todas as minhas escolhas de vida e implorando a Deus forças, paciência e um tiquinho de sanidade mental. Hoje era meu primeiro dia oficial na Lancaster, sob a chefia de ninguém mais, ninguém menos que... Theodoro Lancaster. O próprio. O carrancudo. O ranzinza de terno caro. E eu, com meu currículo recheado de experiências, principalmente na arte do improviso, estava prestes a entrar nesse ringue corporativo.
Me arrumei na base do "tá limpo,