Sérgio ficou parado diante do portão fechado por muito tempo depois que Henrique desapareceu pela lateral da casa.
Não sabia dizer quanto. Segundos? Minutos? Talvez horas.
O mundo parecia ter se calado de repente, como se até o vento tivesse cessado apenas para ouvir o eco daquela ausência. As árvores estavam imóveis, as janelas escuras, e a casa diante dele — que tantas vezes lhe pareceu viva, acolhedora, cheia de risos abafados e vozes cruzando pelos corredores — agora parecia apenas um invólucro vazio.
Ele tentou respirar fundo, mas o ar parecia pesado demais para entrar.
No banco do motorista, ficou apenas olhando o celular.
O ícone da última conversa com Abigail brilhava como uma ferida aberta, latejando.
“Abigail, onde você está?”
Mensagem enviada.
Sem confirmação de entrega.
“Preciso falar com você.”
Nada.
Tentou ligar.
Chamou uma vez… e caiu direto na caixa postal.
Tentou de novo.
De novo.
De novo.
O mesmo silêncio.
Trocou para o número de Marcos. Caixa postal.
Depois, o de Lu