Os dias seguintes se arrastaram como se o tempo tivesse perdido o ritmo.
Abigail se manteve firme — ou pelo menos, tentou. Evitava cruzar os olhos com Sérgio, mas nem sempre conseguia. O simples som da voz dele em alguma reunião bastava para que seu estômago se revirasse. Cada vez que era chamada para entrar em sua sala, precisava reunir forças para não desabar.
Sérgio, por sua vez, parecia mais contido do que nunca. Falava pouco, evitava cruzar o olhar com Abigail e mantinha as interações no limite do profissional. Mas bastava vê-la para o coração disparar — culpa, saudade, desejo. Tudo misturado como um veneno lento que o corroía por dentro.
Além disso, os olhares debochados de alguns colegas começaram a incomodar Abigail. Um ou outro sussurro quando ela passava, um risinho contido perto da copiadora. Ela fingia que não ouvia, mas ouvia. Ela ignorava, mas sentia. Ainda assim, não cedia. Estava decidida a não dar o gostinho a ninguém de vê-la desmoronar.
Se havia um respiro em seus d