A semana começou com um silêncio estranho no escritório, como se todos soubessem, mesmo sem entender, que algo estava fora do lugar. Sérgio chegara cedo naquela segunda-feira, de semblante fechado, e passou direto para sua sala sem cumprimentar ninguém.
Pela tarde, após Abigail chegar da faculdade, eles mal se falaram. Trocaram apenas algumas palavras sobre assuntos do escritório.
Desde a visita inesperada de Olívia, algo entre eles havia mudado.
Ela não comentou nada. Nem quando ele saiu da sala para uma reunião rápida, nem quando voltou horas depois com os ombros tensos e os olhos fundos. Mas o incômodo crescia dentro dela como uma névoa. E piorou quando, na terça-feira, ela atendeu o primeiro telefonema.
— Boa tarde, escritório do doutor Sérgio Marino, em que posso ajudar?
A resposta veio com um tom falsamente doce do outro lado da linha.
— Que voz linda... é você, Abigail?
A espinha dela gelou.
— Olívia?
— Ah, que bom que me reconheceu. Eu preciso falar com o Sérgio. É urgente, so