O corredor aos poucos se esvaziava, mas o silêncio que ficou não trazia paz. Sérgio permanecia parado, os punhos cerrados, como se cada fibra do corpo ainda implorasse por continuar a briga. Marcos, ao lado, não soltava seu ombro, receoso de que um novo impulso fosse suficiente para reacender a explosão.
O médico pigarreou, duro.
— Sérgio, você vai ter que responder por isso. — A firmeza na voz dele não deixava espaço para dúvidas. — Não é só uma questão de hospital. É um procedimento sério. A direção vai querer ouvir você e Marcos imediatamente.
Sérgio ergueu o olhar, pesado, os olhos ainda ardendo.
— Eu não tenho nada a esconder. — disse, a respiração curta. — Quero que todos vejam o que ele fez. Quero que sintam a mesma revolta que eu senti assistindo aquelas imagens.
Marcos respirou fundo, tentando encontrar o equilíbrio que Sérgio havia perdido.
— Mas se você perder o controle outra vez, eles vão usar isso contra você. — murmurou, baixo o suficiente para que apenas ele ouvisse.
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