POV ZADOCK
Meu corpo praticamente afundava na estrutura rígida da poltrona de couro. O copo de cristal pesava mais do que deveria na minha mão. O âmbar do uísque captava a luz baixa do quarto como fogo engarrafado. Girei o líquido devagar, ouvi o som pesado contra o vidro e mantive os olhos fixos nela.
Caliana dormia de lado, a respiração suave, o rosto meio perdido entre os travesseiros. Era o único ser humano naquela casa que ousava desobedecer-me. E ainda assim dormia ali, na minha cama.
Um gosto amargo subiu à minha garganta, não só por causa do álcool. Mesmo eu não querendo, desde que Caliana entrou naquela casa, a lembrança de outra pessoa que eu julgava ter esquecido parecia querer me perturbar, como se um portal tivesse sido aberto e eu precisasse remeter-me a tudo que aconteceu no passado para entender o motivo pelo qual eu não confiava em ningu&eacut