Narração por Antonella Bellini
Acordei com o corpo latejando. Cada músculo parecia uma lembrança viva do dia anterior — dos toques, dos beijos, dos comandos murmurados contra minha pele. Gemi baixo ao me sentar na cama, puxando o lençol contra o peito, como se isso pudesse me proteger de tudo que ainda me esperava.
A cozinha me pareceu um bom refúgio. Talvez um café, talvez um pouco de silêncio. Talvez alguns minutos para lembrar quem eu era antes de me tornar dele.
Coloquei água para ferver, tentando ignorar a dor entre as pernas e o gosto agridoce que ainda tinha na boca. Mas então… a porta se abriu.
O som da chave girando na fechadura fez meu coração congelar.
— Giovani?
Ele surgiu na entrada como se fosse dono do lugar. Como se fosse dono de mim. Usava uma camisa preta com os dois primeiros botões abertos e o cabelo molhado — provavelmente recém-saído do banho em algum hotel próximo.
— Bom dia, amore mio. — A voz dele era calma, quase suave. — Está com essa cara por quê?
— Como vo