Perdão.
Narrado por Antonella Bellini
Estávamos ainda ofegantes quando ele se sentou na beira da cama, os dedos deslizando distraidamente pela minha coxa, como se o mundo tivesse finalmente feito sentido. Era nesses momentos que eu esquecia tudo — meu pai, minha irmã, os segredos. Esquecia até de mim.
Mas o silêncio não durou.
— Giovani... — chamei, quase num sussurro. — Desça, por favor. Vá lá... com a Scarllet. Participe das coisas.
Ele franziu o cenho como uma criança contrariada, virou o rosto, bufando.
— Não dá. Não vou conseguir sorrir pra aquele teatro.
— Por mim, vai. — implorei, tentando disfarçar a súplica com um sorriso frágil. — Enquanto eu descanso, por favor...
Ele olhou pra mim por longos segundos. Eu sabia o que se passava em sua cabeça. Aquilo não era apenas brincadeira de madrinhas e padrinhos — era poder. Eram alianças. Era política. Era o mundo que ele herdaria.
— Tá... — cedeu, levantando-se e fechando os botões da camisa. — Mas só por você.
Assenti, assistindo em silênci