Narrado por Giovani Ferreti
Foi como um alívio quando a maldita degustação finalmente terminou. Aquilo parecia não ter fim — entrada, prato principal, sobremesa, digestivo, como se eu fosse um especialista em bufê gourmet e não um Ferreti, herdeiro de um império. Respirei fundo quando o último garçom recolheu a última taça. Mas o alívio durou pouco.
Não havia descanso. Logo o salão começou a encher — padrinhos, madrinhas, gente que eu nunca vi na vida. Era como um desfile silencioso de interesses e falsos sorrisos. Havia uma lista, diziam. Uma tal dinâmica entre noivos e padrinhos que eu nunca entendi. Ou melhor, nunca quis entender.
O que me incomodava mesmo era ver Scarllet ali, insistente, metida em cada detalhe, como se fosse dela o casamento. E o mais estranho — talvez o mais gritante — era perceber que eu não conhecia um só dos padrinhos. Nenhum. Eram associados, senadores, membros de conselhos, donos de jornais, prefeitos corruptos e empresários que deviam favores a Irina. O no