Eu me sentia fora de mim. Não era mais a Antonella racional, controlada, protetora. Era só um corpo pulsando, entregue a algo que nem sequer conseguia nomear. Quando o turista desconhecido — aquele homem que parecia saído de uma febre — me perguntou se eu sentia, minha garganta travou. Como explicar? Sua língua invadindo minha boca, seus lábios devorando os meus, os nossos corpos colados... Eu ardia.
Meu corpo pedia pelo dele com uma urgência que me envergonhava. Ele mal terminou o beijo e já me arrastava pela mão, decidido, sem dar espaço ao meu protesto.
— Espera... não podemos... — tentei dizer, mas ele não ouviu. Ou não quis ouvir.
Chegamos diante de um carro preto, moderno, imponente, e ele abriu a porta para mim. Eu hesitei, mas ele não me deu tempo. Me empurrou gentilmente para dentro como se aquela fosse a única opção possível. Quando o vi correndo em direção à porta do motorista, foi como se um sinal de alerta explodisse na minha mente.
Aquele homem... ele não era um turista.