Narrado por Giovani Ferreti

A voz deles ainda ecoavam em minha cabeça como um sino rachado.

“Não seja tolo, Pablo. Sabes perfeitamente quais eram os planos do Giussepe. Você ia mesmo aceitar que aquele desgraçado desse seguimento ao plano dele?”

A voz da minha mãe não escapava dos meus pensamentos.

“Por isso mesmo deveria me agradecer. Eu salvei a tua vida, Irina. Se naquele caixão agora está o Giussepe e não tu, ao menos a gratidão deveria me dar. Faça a cabeça do Giovani. Você sabe que eu jamais o trairia. São anos de dedicação para aquele moleque simplesmente achar que sou o traidor.”

Era o que Pablo dissera a minha mãe, a viuva da máfia.

Num tom seco. Quase calmo demais para o veneno que destilava.

Eu estava do lado de fora do escritório, entre a sombra e o silêncio, mas cada palavra me atingiu como um tiro no estômago. Fiquei parado por longos minutos, ouvindo os passos se afastarem lá dentro, a porta se fechar com firmeza, Irina ajeitando as jóias no pulso como se nada tivesse