Barulho em casa.
Narrado por Giovani Ferreti
Antonella se deixa envolver nos meus braços, num abraço quente, íntimo.
— Como você entrou aqui? — pergunta num sussurro rente à minha boca.
Sorrio contra sua orelha, sentindo o calor do seu corpo. Sua bunda pressionada contra minhas pernas.
— Você sabe... entre nós, nunca existiram barreiras.
Beijo seus lábios com lentidão, mas algo está errado. Nosso beijo, sempre carregado de fogo, hoje não queima. Ela me olha durante o beijo — tempo demais — como se desconfiasse de mim.
— Você sempre fala em “nós”, em ser ou estar louco por mim, Giovani... Por quê? O que eu tenho que te faz sentir que sou... especial?
Seus olhos verdes me encaram sob a luz da lua. Ela se afasta do meu abraço e me enfrenta.
— Vai me entrevistar agora? — pergunto, tentando manter o tom leve, embora algo dentro de mim já pese.
Ela ajeita as mechas soltas atrás das orelhas.
— Não... só quero entender. Não devia ter vindo. Amanhã, ou melhor, daqui a pouco, vamos nos encontrar.
Há algo estran