Narrado por Antonella Bellini
Engoli a resposta entre os lábios, é claro que eu tinha me apaixonado, mais que isso, estava completamente entregue a Giovani.
— Você vai continuar com o teatro, Antonella — diz ele, sem rodeios, como quem dá uma ordem e espera obediência.
— Teatro? — repito, sentando devagar. — Não entendo… o casamento… não vai acontecer?
Ele se inclina um pouco. Fecha a gaveta com a calma de um juiz e coloca dois envelopes sobre a mesa. Passagens.
— Você não vai subir ao altar.
Meu estômago afunda.
— Por quê? — pergunto, tentando manter a voz firme. — Você mesmo disse que o casamento era estratégico. Que...
— A sua irmã tentou se matar — ele interrompe, seco.
Tudo em mim congela. Meu coração para de bater por um instante.
— O quê…? — sussurro. — Quando? Por que ninguém me disse nada? Como ela está? Onde ela está?
Dou passos, mas ele ergue a mão, me cortando.
— Ela está viva. E é o suficiente. — Sua voz é dura, como se sentimentos fossem pecado. — Esse lugar sempre foi