Narrado por Antonella Bellini:
Eu sempre fui uma observadora.
Desde muito jovem, aprendi que o poder não está apenas no que se fala, mas no que se vê, no que se ouve — e, principalmente, no que se sente nas entrelinhas. Eu nunca fui do tipo que se entrega facilmente às emoções ou ao caos ao redor. Sempre fui a calculista, a controlada, aquela com a mente um passo à frente, analisando, avaliando, contornando cada obstáculo.
Mas naquela manhã... tudo parecia diferente. Desordenado. Instável.
O beijo ainda ardia nos meus lábios, no corpo inteiro. A lembrança dele era tão nítida que podia jurar que ainda sentia o gosto salgado da brisa do mar misturado ao calor daquele toque que não deveria ter acontecido. Um beijo inesperado, proibido... e, mesmo assim, inesquecível.
E então… a porta se abriu.
Meu corpo reagiu antes de mim. Meus olhos buscaram o som. Os meus olhos buscavam outra pessoa além do que viam, o meu coração ansiava pelo desconhecido. O homem da praia, uma decepção me dominou, qu