Narrado por Giovanni Ferreti
Era como uma miragem —
Uma deusa italiana esculpida pelo pecado e pela noite.
Seus cabelos negros colavam-se às costas molhadas pela maresia, e cada passo que ela dava parecia arrancar de mim uma parte da minha sanidade. A observei fugir como se eu fosse um monstro, como se meu toque tivesse feito alguma parte escondida dela se contorcer… de medo, ou de prazer.
Talvez dos dois.
Ficou ali, o rastro dela. As pegadas na areia, a respiração suspensa no ar, o gosto morno do beijo interrompido. Meus dedos ainda formigavam, como se tivessem tocado fogo. Minha ereção latejava dentro da calça, como um castigo por ter provado algo que eu não deveria.
Ela fugiu, mas deixou comigo um resto de perfume, de calor, de loucura.
O mar seguia ondulando às minhas costas. A lua espreitava o mundo com olhos cúmplices. San Marino parecia quieta demais para tudo o que meu corpo gritava.
Pensei em correr atrás. Puxá-la de volta, desenterrar aquela maldita coragem que me faltou qua