Narrado por Antonella Bellini:
Após ser examinada na maca, ainda me vestia, quando Irina falou algo com o médico. — O senhor pode nos dar licença, dottore? — pediu, com o tom educado e polido, como se a sala fosse sua, ate estranhei, teria ela se preocupado com a minha nudez? Mas os olhos firmes, quase desafiadores. O médico, desconcertado com o clima denso na sala, assentiu de imediato e saiu, fechando a porta atrás de si.
Foi quando ela se virou para mim. O olhar de Irina Ferreti não era o de uma sogra preocupada. Era o de um furacão prestes a destruir tudo o que visse pela frente.
— Diga-me, Antonella… — ela começou, a voz baixa e cortante, como a lâmina de um bisturi. — Você foi amante do meu marido? Não foi?
O ar sumiu dos meus pulmões.
— Como é que é? — pisquei, confusa, até soltar uma risada nervosa, a calça ainda não mão. — A senhora ficou louca de vez?
Ela avançou um passo, os olhos acesos de um fogo doentio.
— Não banque a hipócrita comigo. Você sempre teve esse olhar... se