Ainda estava lá.
Narrado por Antonella Bellini
Eu não pensei.
Talvez tenha sido o calor do beijo ou a maneira como ele ainda ditava regras para mim, ou a forma como o nome dele saiu da minha boca como um lamento e um vício, ou talvez tenha sido o toque — ou o tormento que só ele sabia causar.
Só sei que no segundo em que sua boca se afastou da minha, faminta, cruel, e ele murmurou com aquela voz rouca: “Esse é o beijo do seu inferno...” Eu o queria de volta.
Beijei Giovani por impulso, por raiva, por saudade, como quem se vinga da própria fraqueza.
Como quem cai de novo no abismo e nem tenta se segurar, as minhas mãos foram ao seu peito, e num só gesto arranquei sua blusa. Ouvi o som do tecido rasgando e isso só me fez querer mais.
Desci meus lábios por seu queixo, por seu pescoço tenso e quente, senti o gosto salgado da pele, da memória, da ausência, ele tentou me conter, mas eu o empurrei, firme, jogando-o de costas na cama. Subi em cima dele com uma urgência que me queimava por dentro.
— Me odeia