Fomos pra sala, ficamos conversando. Quase esqueci do mundo lá fora... até a Allie entrar. De novo, de mãos dadas com aquela garota. E aquilo, aquilo me estraçalhou. O peito apertou, a garganta travou, e eu me vi escrevendo uma mensagem antes mesmo de pensar:
"Que diabos é isso? Por que vocês me parecem íntimas?"
A resposta veio rápida.
"Me esqueça e viva sua vida."
Me esqueci de respirar. E respondi, no impulso de quem não aguenta perder mais nada:
"Se na primeira dificuldade você se agarra a uma vagabunda qualquer, tudo bem. Vai embora mesmo. É isso que todos esses idiotas fazem. Eu não me importo."
Mentira.
Me importava pra caralho.
E talvez tenha sido a primeira vez em muito tempo que deixei as lágrimas virem. Baixei a cabeça, tentando esconder a merda toda, mas sentia. A dor era real. Física. Como se alguém tivesse enfiado a mão no meu peito e arrancado um pedaço.
A aula continuou. Eu ouvi um zumbi no fundo da sala. Até meu celular vibrar de novo. Era meu pai.
— Alô?
— Ever... pr