Fecho a porta de um jeito desanimado e me sentindo cansada, retiro o lenço com alívio dos cabelos e me atiro na cama. Fecho os olhos com as lágrimas quentes que descem agora livremente.
Sem que eu possa me conter, imagens surgem da minha vida, querendo me fazer me lembrar do meu passado...
Afasto os pensamentos e me levanto, me negando a isso.
Pego uma camisola bem de vovó. Ela é de flanela, larga e comprida e me enfio na cama. Desde que me separei de Hassan eu a uso, só de raiva.
Bato palma e a luz se apaga. Isso não mudou, penso de um jeito amargo.
Embora nessa última semana mal dormi, só pensando se estaria fazendo a coisa certa de vir até Marrocos e pedir ajuda a ele, eu não consigo pegar no sono. Aqueles olhos acinzentados me perseguem e sua linda voz ainda ecoa nos meus ouvidos.
Quando finalmente meus olhos estão se fechando, a porta se abre. Luzes são acesas e meu passado entra pela porta.
Meu coração se agita e eu mal consigo respirar.
—Zoraide disse que passou mal.
Ah Zoraidi