O dia amanhecia em tons cinzentos. A neblina rastejava sobre o território da nova fortaleza como dedos frios tateando a terra. Era como se o próprio tempo soubesse: algo importante estava prestes a acontecer.
Caelum estava no pátio de treino, acompanhando Aurora e Darius, como fazia todas as manhãs. Mesmo com apenas alguns anos — ou meses, se contados do modo humano — o menino crescia rápido. Mais alto. Mais forte. Mais consciente. E, naquele dia, inquieto.
Ele caminhava entre os guerreiros, com os olhos castanhos profundos demais para a idade, observando. Mas não com o olhar curioso de uma criança. Era mais… investigativo. Atento. Como se algo estivesse errado.
Aurora, notando o comportamento do filho, se aproximou.
— Caelum, o que foi, meu amor? Está tudo bem?
Ele a olhou, os olhos brilhando com uma mistura de inocência e algo novo… algo que ela não sabia nomear.
— Tem alguém que não quer estar aqui. Tem alguém que mente — ele disse baixinho, quase como se não quisesse que o vento e