Os trovões anunciavam o que viria.
A floresta parecia em suspense, as árvores inclinadas como se prestassem reverência à loba que agora caminhava entre elas com olhos de relâmpago. Aurora não era mais apenas a filha da lua perdida. Ela era o eco de um poder antigo, o despertar de uma linhagem esquecida, o ventre de um novo tempo.
A capa negra balançava atrás de si, presa aos ombros por presilhas de osso lunar. Morgra, silenciosa, observava do alto da colina. A aprendiz estava pronta. Mas não era apenas uma luta que se aproximava… era o destino cobrando sua dívida.
— Vai sozinha? — perguntou a anciã, mesmo já sabendo a resposta.
Aurora não hesitou.
— Essa batalha é minha.
Morgra assentiu, entregando-lhe o colar de garras prateadas.
— Que os espíritos antigos te reconheçam. Que tua luz fira os olhos dos traidores.
Aurora sorriu de canto. Um sorriso de lobo.
— Hoje, eu acabo com a bruxa.
—
Na fortaleza, Darius sentiu a mudança no ar.
Ele estava no salão, os olhos fechados, quando o víncu