O portão da fortaleza se abriu com um rangido ancestral, ecoando pelos corredores como um presságio. Todos pararam. Lobos em forma humana, servos, guerreiros… ninguém ousava dar um passo ou sequer respirar alto. Porque o ar tinha mudado.
Um cheiro novo... ou melhor, antigo, tão forte quanto sangue derramado e tão doce quanto o cio da lua cheia.
Aurora estava de volta.
Caminhava entre eles de cabeça erguida, coberta de terra, ferida, mas invencível. Os olhos dela — brilhantes como prata fundida — não desviavam de nada. Quem a olhava nos olhos, abaixava a cabeça. A fêmea que saíra da fortaleza era uma loba dividida. A que retornava… era uma rainha forjada na guerra.
No alto da escadaria, Darius esperava.
Quando seus olhos encontraram os dela, algo se partiu dentro dele. Era o desejo bruto, sim, o amor que não cabia no peito… mas também a culpa. Porque mesmo sem ter cedido à Elena, ele se sentia sujo por ter sido manipulado, fraco por não ter enxergado antes.
— Aurora… — ele sussurrou.
E