Os ventos do Norte sopravam gélidos, e mesmo com o corpo coberto de suor, Darius tremia. Mas não de frio.
Era madrugada quando ele acordou, arfando como se tivesse lutado contra mil inimigos. O peito subia e descia rápido, os olhos dourados arregalados encarando o teto da caverna como se pudessem rasgá-lo e atravessar céus e terras até encontrar ela.
— Aurora…
O nome saiu como um lamento, um sussurro amaldiçoado. E com ele veio a dor.
Um aperto no coração. Não físico, mas ancestral. Um vazio que se abria como um buraco negro. E então… as visões.
Ele caiu de joelhos, as mãos pressionando a cabeça quando o mundo à sua volta foi engolido por flashes:
Aurora cercada por sombras, erguendo a mão com o olhar impiedoso. Aurora sorrindo… mas não era um sorriso dela. Era algo mais cruel. Mais frio. Aurora olhando para si mesma num espelho d’água e não reconhecendo o reflexo. E depois… o sangue. O poder. O trono.
Darius gritou. Mas não era dor comum. Era o laço.
O laço que os ligava.
— Ela está.