A floresta estava viva. Galhos se retorciam como serpentes antigas, e a névoa dançava entre as árvores feito véus de um ritual proibido. Darius, agora em forma humana, avançava com dificuldade. Cada passo doía como se a terra o testasse.
Mas ele sentia. Sentia ela.
O cheiro de Aurora estava por toda parte — um aroma agridoce, mistura de flor e sangue. O sangue que ele conhecia melhor que o próprio.
Ele emergiu na clareira e... parou.
Aurora estava ali. No trono de raízes, cercada pelos membros da Matilha da Lua Negra. Ela usava um manto prateado que reluzia sob a luz da lua, os cabelos soltos como uma cascata negra. Os olhos, antes cheios de brilho e calor, agora eram intensos, duros. Quase frios.
Mas o coração dele soube: a alma dela ainda gritava por ele.
— Aurora... — ele chamou, a voz rouca de emoção e cansaço.
Os guerreiros da Lua Negra se ergueram, mas não avançaram. Um deles — Velho Sangue — fez apenas um gesto com a mão, sinalizando que o laço era intocável.
Aurora se levantou