Naquela noite, Aurora não dormiu. Deitada sobre o colchão improvisado, sua mente trabalhava sem descanso. Cada movimento de Elias, cada detalhe do cativeiro… tudo precisava ser analisado com precisão. A fuga teria que ser rápida, certeira, sem espaço para erros.
Pela manhã, Elias estava diferente. Ele parecia mais relaxado, como se finalmente acreditasse que Aurora estava cedendo. Ela aproveitou essa confiança para fazer um pedido.
— Eu queria ajudar mais… — sua voz saiu baixa, tímida. — Talvez cozinhar para nós?
Elias sorriu, satisfeito com a sugestão.
— Isso seria maravilhoso, meu amor.
Com isso, ele lhe deu acesso à cozinha improvisada. E, com isso, Aurora conseguiu o que precisava: uma faca.
Ela segurou o cabo da lâmina por um instante, sentindo seu peso. Ainda não era o momento certo. Mas estava perto.
Muito perto.
Aurora respirou fundo, forçando-se a manter a expressão neutra enquanto Elias a observava do outro lado do cômodo. Ela sabia que cada mínimo detalhe importava agora. Ca