Sentia minhas pernas perderem as forças enquanto subia quase de joelhos, com a boca seca e a cabeça latejando, precisava de água desesperadamente. Desesperada, percebi que a casa ainda parecia vazia e não tinha nenhum sinal de Beatriz. Corri até a lavanderia e abri a torneira com pressa, deixando a água gelada escorrer na boca.

— Achou que ia conseguir fugir de mim? — a voz de Beatriz soou atrás de mim.

Meu coração disparou, girei rápido e a vi parada logo atrá de mim, não segurava mais uma arma, mas uma faca grande, o olhar fixo em mim tinha se tornado mais doentio. Não tinha dúvidas de que era louca o bastante para usar aquilo. Provavelmente tinha me visto descer e apenas esperou, certa de que eu voltaria em algum momento, não tinha como escapar dela.

— Não foi exatamente como planejei, mas serve — disse ela, avançando um passo.

Eu estava cansada, debilitada e em trabalho de parto. Mas ainda tinha forças, não ia me entregar de bandeja, lutaria até o fim.

— Você podia ter fugido,