Vitória.
A batida na porta cessou. Esperei, com o coração acelerado. A paranoia, cultivada pela ameaça de Maximus, me paralisava.
Quando a batida recomeçou, mais suave e familiar, a voz abafada que me alcançou fez o pânico se dissolver em um alívio.
— Vicky, sou eu, Paul. Abra, por favor.
Corri para a porta, destranquei-a e a puxei. Paul estava ali, ofegante. Seus olhos azuis varreram o estúdio minúsculo e então pousaram em mim, cheios de preocupação.
— Eu te liguei tantas vezes — soltei a voz embargada.
— O trabalho está insano. Deixei o meu celular no modo silencioso e só consegui ver suas mensagens agora de manhã. Você parecia desesperada. — Ele deu um passo para dentro, abraçando-me rapidamente.
Seu abraço era firme, mas não invasivo. Um conforto terreno, oposto à pressão gelada de Maximus.
— Estou — admiti, fechando a porta com um chute suave do calcanhar. — O senhor Trevisani quis saber quem era o pai do Théo.
— E o que disse pra ele? — Olhando-me, Paul ergueu as sob