Vitória.
Olhei pelo vidro traseiro enquanto o carro da polícia, com as luzes azuis cortando a manhã, se aproximava. O som estridente da sirene parecia um alarme de incêndio no meu cérebro.
— Mantenha a calma, Vicky — disse Paul, com a voz tensa, porém controlada. — Eles não têm nada contra você. Fui eu que bati o carro e estou na direção.
Ele desligou o motor. O som da sirene continuou. Senti o calor do corpo de Théo, que milagrosamente dormia, indiferente ao caos.
O policial quebrou a tensão ao bater na janela de Paul, que abriu a porta. Observei tudo, imóvel, como se a minha respiração fosse capaz de parar o tempo.
— Saia do carro, senhor — ordenou o oficial, a mão perto da arma.
Resignado, Paul acatou a ordem.
— Mãos na cabeça! — exclamou o policial.
Paul elevou as mãos lentamente.
O policial gritava algo sobre um mandado de prisão por fraude financeira e desvio de verba de uma empresa de logística desativada. Era o tipo de crime que ficava enterrado, inativo, até que alguém pode