Giulia
Eu não disse uma palavra durante o caminho de volta. Mamãe tentou me distrair com pequenas frases, gestos carinhosos, mas tudo que eu conseguia ver era o olhar de Viviane. A forma como ela segurava o menino. O jeito como ele se parecia com Enrico. E o pior de tudo: o silêncio dele.
Meu peito parecia um campo minado, e cada suspiro era uma explosão. O carro deslizou pelos portões da mansão e, por um segundo, desejei que ele não abrisse. Queria ficar longe. Me esconder. Apagar tudo.
Mas minha mãe segurou minha mão com firmeza, com aquele toque que só ela sabia dar. Um carinho silencioso que dizia: “Eu estou aqui.” Deitei no seu colo, ainda dentro do carro, procurando aquele cafuné que eu sempre amei ganhar. Ela enfiou seus dedos em meus cabelos e me fez um carinho calmo. Senti um alívio momentâneo, mas minha mente não aceitou, insistiu em me fazer voltar àquela lembrança da Viviane com seu filho.
Descemos. E então, ele veio correndo.
— “Mamãe!” — Giacomo gritou, com o rosto ilumi