Fomos até meu escritório. Tranquei a porta e indiquei o sofá. Rafaela estava uma pilha de nervos, os dedos se enroscavam na alça da bolsa como se fosse um fio de salvação.
— E então? — perguntei, tentando manter a voz calma, embora já sentisse que vinha bomba.
— Eu... estou mesmo grávida. — Ela respirou fundo antes de dizer.
Arregalei os olhos, surpreso.
— Fiz um teste de farmácia de manhã e, pra confirmar, um exame de sangue. Mas você sabe que não é seu. — Ela me olhou, firme. — Não tem como ser.
Soltei o ar que nem percebi que estava prendendo.
— De quem é, então?
Rafaela baixou a cabeça, as mãos agora tremendo.
— Eu estava em desespero pra te contar, mas agora acho que estamos meio que no mesmo barco.
— Como assim? — franzi o cenho.
— Envolvidos com um funcionário. — A voz dela saiu num sussurro.
— Você tá dizendo que o pai do seu filho é um funcionario?
Ela assentiu, as lágrimas já enchendo os olhos.
— Eu tentei me afastar, Leo. Tentei de verdade. Mas foi mais forte que eu... — le