Verônica me olhava como quem calculava cada palavra, o olhar sereno demais pra quem dizia estar magoada.

— Eu preciso da sua ajuda — repetiu, num tom baixo, quase doce. — Não é nada demais, Alana. É só que... parece que Regina tem feito de tudo pra me afastar da Lívia.

Franzi a testa, surpresa.

— Afastar?

Ela suspirou, teatral, e se encostou na mesa cruzando os braços.

— Eu amo aquela menina. De verdade. Mas toda vez que tento ficar com ela, Regina aparece e inventa alguma coisa. Ou me impede, ou fica ali, parada, me vigiando como uma câmera de segurança.

Ri baixinho, sem saber se achava graça ou desconforto.

— Sério?

— Sério — disse ela, com um biquinho de quem está injustiçada. — Eu só quero poder estar com a minha sobrinha. Não sei por que tanta vigilância.

Fiquei sem saber o que dizer. Regina podia ser dura, controladora, mas também protetora. Só que… conhecendo Verônica como eu já conhecia, eu sabia que aquela doçura toda era uma estratégia.

Precisava agir com cuidado, nem m