Depois de alguns minutos, ela mudou de assunto:
— Seus pais virão mesmo? — perguntou a Leonardo.
— Sim, devem confirmar o dia ainda. Eu aviso quando souber.
— Certo, então depois decidimos os detalhes.
Eu apenas continuei ali, tentando parecer natural. Às vezes, me sentia uma intrusa naquele cenário — como se estivesse ocupando um lugar que não era meu, ainda que momentaneamente.
Quando terminamos o café, Leonardo subiu para se arrumar. Eu fiquei com Lívia, que brincava no tapete da sala com um quebra-cabeça. Pouco depois, ele reapareceu, camisa branca impecável, calça social preta e o paletó pendurado no braço.
— Se ela sentir qualquer coisa, me ligue — reforçou antes de sair.
— Pode deixar, senhor.
Ele beijou a filha, acenou para mim e foi embora.
A manhã seguiu tranquila. Brincamos de casinha, depois fizemos um piquenique imaginário na varanda com biscoitos e suco. Lívia ria de tudo, e eu ria junto. Aquele som enchia a casa de vida.
Em alguns momentos, parei pra observá-la. Tão peq