Enrico
A luz da manhã se infiltrava pelas enormes janelas do escritório, lançando sombras longas sobre os móveis de madeira escura. Enrico estava de pé, mãos nos bolsos, encarando a paisagem lá fora com os olhos semicerrados. A cidade estava calma àquela hora, mas ele sabia que o mesmo não se podia dizer das forças que se moviam nas sombras.
Um leve toque na porta o tirou dos pensamentos. Ele se virou, os olhos firmes e atentos.
— Entre.
Marco surgiu, passos silenciosos e expressão séria.
— Recebemos a confirmação. Victorio fez contato com os Callahan. — A voz dele era firme, sem hesitação.
Enrico assentiu, os dedos tamborilando levemente na mesa. Era o que ele já esperava. Victorio era previsível em sua ânsia por sobrevivência. Se aproximar dos Callahan era a jogada óbvia — um movimento desesperado para conseguir aliados, mesmo que temporários.
— Eles aceitaram? — Enrico perguntou, a voz baixa e controlada.
— Sim. Fingiram que ainda acreditam que Francesco é o responsável pela morte