Hunter Knoefel
Dez dias.
Dez longos e torturantes dias em que esse maldito mar se recusa a me devolver a mulher que eu amo. Dez amanheceres e dez noites intermináveis em que eu caminho pela borda deste iate, tentando encontrar respostas que simplesmente não existem.
Já perguntei à Ariana e à senhora Norma dezenas de vezes o que realmente aconteceu. Elas repetem, palavra por palavra, a mesma versão, como se estivessem recitando um texto ensaiado: “Um ciclone inesperado e rápido, balançou a embarcação e a Maitê caiu. Ariana se jogou no mar, mas não conseguiu encontrá-la.”
Mas isso… isso não faz sentido na minha cabeça. Algo está faltando. Algo está errado.
Sentado na proa, o olhar perdido no horizonte, observo o mar se estendendo como um tapete azul infinito, ondulando de forma traiçoeira. O vento frio bate contra meu rosto e o sal arde nos meus lábios. Eu espero… e espero… pelo retorno de mais um dia de buscas, na esperança de que a próxima embarcação que surgir traga notícias.
Sinto