Hunter Knoefel
Voltar pra casa foi como caminhar para dentro de um campo minado. Cada cômodo, cada móvel, cada cheiro carregava um pedaço dela. Os pertences espalhados, a escova no banheiro, o roupão no cabideiro. Nestes dias, eu mal olhei para o meu filho. Léa e Wayne assumiram esse papel, cuidando dele com dedicação. Escolhemos padrinhos perfeitos e Wayne, além de tudo, tem ajudado Léa a lidar com a ausência de Maitê.
Mas há algo… algo muito estranho nesse acidente. Sempre que tento falar sobre isso, todos me olham como se eu fosse um homem desesperado criando teorias para fugir da realidade.
Nunca confiei na mãe de Maitê. Uma pessoa capaz de mentir com tanta naturalidade, de fingir intimidade com alguém que mal conhece… não é confiável. Maitê não sabia mentir, mas sua mãe… essa era fria. Nunca vou esquecer quando fui visitá-la no hospital e ela me tratou como se nos conhecêssemos há anos. Aquilo me marcou.
Ela voltou para o México com os pais de Léa. De vez em quando liga para per