📖 Narrado por Dante Ferraz
Lorena ajeitou o notebook no colo, tentando disfarçar o riso que ainda tremia nos lábios.
Aquela mulher sabia.
Sabia o que causava.
Sabia que cada sorriso, cada provocação, cada piscadinha inocente era mais um prego na porra do meu controle.
— Preciso trabalhar, general... — murmurou, sem muita convicção, tentando escapar pela lateral da cama.
Segurei o tornozelo dela.
Firme.
Sem força bruta.
Só o bastante pra lembrar quem mandava ali.
— Então trabalha. — rosnei, a voz rouca, arrastada.
Ela tentou puxar a perna, rindo.
Falhou.
— Você tá me sequestrando, Dante. — brincou, mordendo o lábio.
Inclinei a cabeça, os olhos cravados nos dela.
O riso dela morreu.
O ar entre nós ficou pesado.
Quente.
Elétrico.
— Se eu te sequestrar, Lorena... — murmurei, aproximando meu rosto do dela.
— Não vai ter resgate.
O peito dela subiu e desceu rápido.
As mãos seguraram o lençol, como se o tecido pudesse protegê-la de mim.
Não podia.
Nem ela queria.
E