Capítulo 4
No dia seguinte, na hora combinada, fiquei na porta da mansão, e Aníbal ajudava Carolina a sair.

Quando ele me viu, ficou meio envergonhado.

— Lívia, a Carolina nunca usou um vestido de noiva na vida. Ela também quer ir dar uma olhada. Fica tranquila, a presença dela não vai atrapalhar a nossa.

Assenti sem dizer nada.

A mão de Aníbal permanecia sempre apoiada na cintura de Carolina, como se estivesse a segurar algo muito frágil.

— Cuidado com os degraus.

— O sol está forte, coloque o chapéu.

— Vai devagar, não faz muito esforço.

Cada vez que ele dizia essas coisas era como uma faca cega me cortando por dentro.

Mesmo depois de entrarmos no carro, não parava de se preocupar:

— Não fique andando por aí sem cuidado, viu? Até na loja de vestidos você tem de seguir o que eu falar.

Quando chegamos na loja, Aníbal pediu para a atendente trazer os vestidos para eu escolher. Ele, por outro lado, só ficava grudado na Carolina

— O vestido de noiva é muito pesado. É melhor dar uma olhada apenas, se vestir vai te deixar cansada.

— Não, eu quero provar! Nem no dia do casamento no cartório eu usei um vestido de noiva… Não posso nem experimentar agora?

Ela apontou justamente para o modelo que eu tinha acabado de escolher e disse, fazendo charme:

— Aquele que está na mão de Lívia é lindo. Posso experimentar?

O rosto de Aníbal estava indefeso, e ele só conseguia me dizer:

— Lívia, deixa ela provar primeiro.

Obedientemente, entreguei o vestido de noiva a Carolina sem dizer uma palavra.

Aníbal… eu queria tanto guardar esse momento só para nós dois, usar o vestido que eu mais amava e unicamente para você. Mas foi você quem matou essa chance com as próprias mãos. Se não sabe dar valor, só espero que, quando eu for embora, não se arrependa do que fez hoje.

Ele ainda pediu que eu a acompanhasse até o provador e, como se não confiasse, ficou reforçando:

— A Carolina está grávida, então não deixa ela se abaixar. Segura bem a barra do vestido para ela não tropeçar…

Eu apenas escutava em silêncio, engolindo aquele nó na garganta.

Carolina estava certa. Aníbal seria realmente um excelente pai.

Com muito esforço, ajudei-a a vestir o vestido. Ela olhou para mim com orgulho e, de repente, derrubou uma fileira inteira de manequins de quase dois metros.

— Socorro! Meu bebê...

Carolina conseguiu esquivar do primeiro manequim que caiu e começou a gritar, fingindo desespero.

Aníbal praticamente voou, agarrou Carolina e a puxou para um lugar seguro.

Eu, por outro lado, fui atingida pelo primeiro manequim, que prendeu minha perna, e só consegui assistir os outros caírem sobre mim.

— Aníbal! Me ajuda!

Meu grito foi abafado pelo barulho dos manequins de vitrine caindo.

Vi Aníbal correndo para fora, segurando a Carolina, sem nem olhar pra trás.

Metade do meu corpo estava sob o peso dos manequins; uma dor insuportável se espalhava pelos meus braços e costelas.

Mas essa dor não se comparava à sensação de ter o coração despedaçado.

Encolhida no chão, fechei os olhos e deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

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