Capítulo 3
Eu estava tão furiosa que meu peito arfava, e até os meus dedos tremiam.

— Você não tem medo que eu conte ao Aníbal?

Carolina não demonstrou um pingo de medo, pelo contrário, provocou:

— E você acha que ele ainda vai acreditar em você? Depois do que acabou de acontecer, não importa o que vai contar, para ele não passará de uma armação sua!

— Eu não acredito! Como o nosso relacionamento de oito anos pode ser destruído por uma intriga sua?

— Ah, é? Então tenta, vai em frente. Vamos ver se ele acredita em você... ou em mim!

Dito isso, ela começou a chorar em voz alta.

— Lívia, este filho... na verdade, eu também não o queria. Mas se eu abortar, nunca mais poderei engravidar! Tenha piedade de mim!

No exato momento em que ela se contorcia tentando se levantar da cama, Aníbal apareceu na porta. Ao vê-la chorando daquele jeito, o seu semblante mudou drasticamente; ele correu até ela e segurou-a nos braços.

— O que pensa que está fazendo? O médico disse que precisava de repouso absoluto! Não pode se esforçar assim!

Carolina abanou a cabeça, as lágrimas escorrendo pelo canto dos olhos, e disse num tom comovente:

— Aníbal, acho melhor eu ir embora desta casa... parece que a Lívia não gosta deste bebê… disse muitas coisas cruéis… e ainda pediu que eu o abortasse...

Aníbal levantou a cabeça e olhou para mim, furioso:

— Lívia, o que você está aprontando dessa vez?

Balancei a cabeça, desesperadamente, apontei para Carolina — Aníbal, não acredite nela! O filho que ela espera não é seu...

— Aníbal! Melhor me deixar morrer. Como posso continuar viva sendo difamada assim? Mal ou bem, legalmente, eu sou a sua esposa. Quando ela diz essas coisas, está me desrespeitando e humilhando...

Carolina chorava tristemente e quase se jogou contra a parede. Aníbal ficou muito assustado e segurou ela com força.

— Calma. Eu acredito em você. Não fique exaltada, vai acabar prejudicando o bebê!

Enquanto a acalmava, ele olhou para mim com muita decepção.

— Chega, Lívia! Chega! Não volte a implicar com a Carolina. Eu sei que não é justo com você, foi tudo um acidente, sinto muito pelo que aconteceu com a Carolina. Quando ela tiver o bebê, vou mandá-los embora e me casarei com você.

O rosto de Carolina mudou ligeiramente, mas rapidamente voltou a mostrar uma expressão de fragilidade.

— Lívia, eu juro que vou embora depois de ter o bebê. Não vou roubar o seu lugar de esposa do líder. Por favor, me deixe em paz, eu não sou uma ameaça à sua posição.

Aníbal franziu a testa.

— Lívia, seja gentil com Carolina, pelo menos neste período de gravidez; ela não pode ficar estressada. E esquece essas bobagens.

Olhei para ele perplexa. Senti meu coração ser perfurado por uma faca cega, uma dor tão forte que era difícil até de respirar.

Ele não acredita em mim! Antes, nunca duvidara de nada do que eu dizia.

A minha expressão era clara; ele percebeu e sussurrou num tom suave:

— Meu compromisso com você é sempre válido, e já estou me preparando para o nosso casamento. Amanhã mesmo vamos à loja de vestidos experimentar vestidos de noiva, tá bom? Eu quero que você seja a noiva mais linda!

— …Tá bom… — Murmurei, baixando a cabeça.

Com os meus dedos trêmulos, enxuguei delicadamente as lágrimas do canto dos meus olhos.

Em poucos dias vou embora. Já não posso esperar pelo casamento que ele estava preparando para mim. Já que ele prefere acreditar naquela vigarista do que em mim, deixe-o mergulhar nessas belas mentiras!
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