Max
Os dias passaram, mas a culpa não.
As palavras de Charlotte ainda ecoavam na minha cabeça como uma maldição — cada frase, cada lágrima que ela conteve, cada verdade que eu não quis enxergar antes. Eu estava me afogando na própria vergonha, tentando achar uma forma de voltar, de reparar o que já parecia irremediável.
E é claro que ela apareceu. Olivia.
Ela surgiu no escritório como um furacão — salto alto batendo no piso com raiva, olhos faiscando, a boca pronta pra cuspir veneno. E eu… eu já sabia o que estava por vir.
— Você foi até ela? — ela disparou antes mesmo de a porta fechar atrás de si.
Eu continuei assinando alguns papéis, tentando manter a calma. Ela não merecia o meu caos naquele momento.
— Sim — respondi, sem levantar os olhos.
— Você perdeu o juízo, Max? — a voz dela subiu, como se eu tivesse traído um pacto invisível entre nós. — Depois de tudo o que ela fez? Depois de tudo que EU fiz por você?
Levantei os olhos devagar. E vi. Não era só raiva. Era medo. Insegurança